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Por Bárbara Gomes

 

Quando achamos que o despertar do longo inverno não viria, quando acreditamos que o nosso hibernar seria perpetuo, percebemos as geleiras chorarem e o calor de uma manhã, ainda acinzentada, penetrar dentro dos poros, o mais profundo possível.


Agarramos-nos a aquilo que chamam de esperança de mudança e agora, com as luzes ainda emergindo do horizonte, ferindo os nossos olhos devido ao sono profundo a qual despertamos lentamente, mas clareando os descampados, vemos tudo o que ainda temos a fazer. Ainda há muita neve para ser limpa. Entretanto, o dia amanheceu belo.


Desenhando listras bicolores na face e vociferando tudo o que não conseguimos mais conter no nosso íntimo, urgentes pedimos tudo o que é nosso. E, apesar de nós compreendermos a nossa pequenez, nos fazemos grandiosos à medida que se somam forças, como pequenas gotas de água que, unidas, formam o mar, ou quase intocáveis grãos de areia, formando trechos de terra infinitos.


Envelhecemos a cada segundo, mas nunca será arcaico bradar o grito de horror a mesquinhez a que somos submetidos dia a dia, segundo a segundo. Somos jovens demais para nos calar tão pacificamente e, ao mesmo tempo, tão velhos para adiar soluções. Hoje, celebramos uma primavera há muito esperada. Hoje, damos um passo para o recomeço do nosso futuro.

 

O Projeto "Das Redes às Ruas" compreende a proporção cuja manifestações tomaram ao longo de todo o País e acredita que o registro, por meio de imagens, de quem protesta por seus direitos, muitas vezes, quer dizer mais que palavras. Portanto, a seção "Filhos da Pátria" apresenta rostos e expressões de um jovem público brasileiro que migrou da plateia para o palco."

#FILHOS DA PÁTRIA

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